domingo, 22 de maio de 2011

A tentativa que virou verdade


O grande escândalo é minha vontade de não fazê-lo. Minha verdadeira felicidade em resgatar o ar e recuperar um tempo em que os sonhos eram maiores que tudo aquilo que já existiu. Enxergo os caminhos que cruzam os meus, com o olhar de uma criança que acaba de descobrir o mundo, e com os olhos mais bonitos e vivos que eu poderia ter. Me encontro em um estado de complexo encatamento com a vida, pois recomeço o mundo todos os dias em que o sol nasce, apoiada em todos os sonhos que tiveram o seu começo ou já viraram algum fim. Finalmente, consigo sentir com toda a sinceridade, que meu coração está cansado. Não foi fácil ter chegado até aqui, pois paguei o preço. Preço alto por ter amado demais, por cuidar tanto do que não me oferecia proteção. Me desfiz da aspereza das palavras que nunca mereci. Desejei a maciez das palavras, desejei a delicadeza que era a minha vida. E de tanto desejar, consegui. Precisava passar por todos esses caminhos difíceis para descobrir que sou cercada de amor por todos os lados, amor verdadeiro, o que eu não conseguia ver, mas que agora absorvo por senti-lo. O amor não nos deixa só. Sinto-me plena por aprender, depois de tanto me perder.

domingo, 17 de abril de 2011

Que dá dentro da gente e que não devia

Sinto inveja de quem nunca fui, na verdade, sinto inveja do que eu sempre desejei ser. Não por ousadia, mas por proteção. Me faça entender como começa, me ensine como terminar. Me explique porque eu comecei a achar que isso nunca termina.











Porque o que me mata é o mesmo que me faz viver?

sexta-feira, 1 de abril de 2011


Sonhando, me lanço. Vivo o que é morto, quando os olhos se abrem. Mergulho no abismo das verdades, quando a razão adormece. Ando por caminhos prolixos, na vida que apetece. Ouço palavras metaforicamente doces, porque tenho vontade que assim fosse. Abraço a eternidade antes que amanheça. No mundo dos sonhos vivo o que minha alma pede, pois quando o sol cresce na janela, tudo se perde.


Viver para dentro é muito mais. Coisa mais linda, é se sonhar.

segunda-feira, 28 de março de 2011

De tudo,



ao meu amor, serei atento.


''...E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto...''


Com o amor maior que o mundo.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Tempo, não serei nem terás sido.

Procuro as palavras certas para lhe dizer, não encontro. Algo explode dentro do peito. E a vida exige tão mais de todas as coisas, um verdadeiro crescimento de dentro para fora. Como se fosse possível se desfazer de uma vida inteira, para se tornar um outro corpo, completamente estranho e cheio de coragem. Esquecer o ímpeto. Logo eu, que temi tudo de intenso que chegou nessa vida, e com toda a razão. Errei tão mais do que poderia, logo por ter medo de errar. E tive medo da vida, por desaprender a viver.





(sem você)

segunda-feira, 21 de março de 2011


Plantei num jardim um sonho bom.

Um girassol da cor do seu cabelo

Manhã nublada. Sala branca e janelas escuras. Pela janela,ainda vejo as árvores que se movimentam,muito verdes e formosas. Tem cara de esperança,mesmo já passando da hora. Mas se acelerar,pode ser que ainda dê tempo de alcançar tudo de uma vez só. A primavera nem chegou, e te imaginei entrando pela porta da frente, distraída, levando em uma mochila todos os meus sonhos rabiscados em folhas de papel. E me sinto tão boba, por que a saudade dói dói dói,sem pausas. Você era meu bem me quer, meu eu e todo o coração que recebi com a vida. As portas estão abertas, porque não consigo fechá-las. Sempre estará.



... Como vai você? você vem? ou será que é tarde demais?

domingo, 20 de março de 2011

Que o que você demora, é o que o tempo leva


Céu sem estrela e coração na mão. Meu andar descompassado no meio de toda essa gente que me olhava sem entender o que se passava. Olhares que dizem: nada é atemporal. Eu estava ali, imóvel. Céu sem estrelas e coração na mão, cansado e obsoleto. Velho como o olhar de um homem que me olhava piedosamente, cabelos brancos e olhos vidros, que permitia que ele me observasse melhor, como um avô que nunca tive. De tanto observar meus olhos inundados de mágoa e de tudo que poderia ser triste, ele enxergava o meu íntimo, já marcado e sem alegria. Eu queria que ele se levantasse da cadeira em que se sentava, viesse até mim e me disesse tudo que me salvasse desse padecer que me matava naquela noite, e em outros dias . Noite fria e poesia. Vontade de ir embora, levando tudo o que restou de mim, ou talvez deixar tudo por aqui mesmo. Só queria encher a minha mala de toda a doçura que ainda existe em mim. Deixando todo o resto para trás, tudo o que não é, de fato. Que apareça flores no meu caminho e amor... que exista excesso de amor por mim mesma para recomeçar o mundo com toda a força necessária para se mover.

segunda-feira, 7 de março de 2011

É tempo de se pensar, concluiu. Respirou fundo, mas de nada valeu. Palavras sairam mesmo assim e meio sem jeito. Às vezes dói um grand plie, da ponta da sapatilha até meu último fio de cabelo. Todo o meu corpo dói, de uma forma que consigo enxergar o mínimo de beleza. Existem dores que conseguem se mostrar belas. As pessoas doem mais, mesmo sonhando com o que há de vir de melhor de todas elas, elas ainda não conseguiram embelezar a dor que se causam. Não mantenho distâncias por crueldade, e sim para me proteger do mundo.

Pra você não se esquecer, nem por um minuto

Como se eu andasse pelo mundo à procura de alguma razão e sempre voltasse para o início. Às vezes penso que essa não é a nossa hora: falha do tempo. E mesmo reconhecendo que o tempo falhou e que você não está preparado para me receber por inteira, pelo simples fato de esse não ser o nosso tempo, eu não quero ir embora de você. Procurei tanto algo que se aproximasse do seu significado, já tentei inventar você em outros corpos e em outras vidas. Nada feito. Tudo isso para me refazer, refazer o que sou com você, o que somos nós, quando somos juntos. Nunca quis sair da sua memória, assim como nunca quis esquecer de verdade, até porque se eu conseguisse esquecer de tudo, conseguiria também ser uma pessoa mais vazia. Era difícil fingir superficialidade quando te via ao longe, mas ao mesmo tempo tão perto dos olhos. Era preciso apagar todas as minhas memórias, para conseguir te amar um pouco menos. Nada feito. Dentro de mim, tudo que te sente é infinitamente grandioso, mesmo não sendo correto, é seu. Meu gosto, minha pele, meu cheiro. Tudo te pertence, pois tudo foi descoberto ao seu lado. Tudo nasceu a partir daquele dia, em que você conheceu uma menina de longos cabelos cacheados e largos quadris. Que se fez sua. Grande bobagem minha procurar razões pelo mundo afora...pois a única razão sempre esteve muito de perto. Muito perto dos olhos, mais ainda do coração. Tenho verdadeira loucura por minha razão, uma loucura boa, necessária para amar por mais mil vidas se for preciso.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Eu sei que vou ser coroado rei de mim

Preciso que me estendam uma mão, que seja excessivamente humana. Que tenha paciencia para me ensinar o mundo e seja sábio o bastante para me ensinar como se é amada, e o que acontece quando o amor toca a vida. Surgem minhas milhões de possibilidades, me lanço naquela impossível de racionalizar, simplismente por não ser mais pensante que sensível. Esquecer quem sou, seria irremediável, por que seria forte. Um ser excessivamente humano, mas demasiado forte. Provocaria o impossível em mim, porém necessário para suportar a palavra que não devia ser dita, a mentira que passa a ser verdade, e a verdade que fere e maltrata. Os sinais surgem, e esperam o meu compreendimento. Esperam uma mudança drástica: uma mudança de ser, de olhar e de não me enganar. As memórias que um dia foram guardadas, se desfazem dando espaço a um vazio, um sentimento novo, que nunca desejei que chegasse até a mim, mas o tempo fez que me tocasse. Não tem mais volta, e nem quero voltar. Já fui atingida profundamente pela realidade.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Eu trocaria a eternidade por essa noite

Lembro-me de uma noite que foi a nossa. A primeira de tantas únicas. Única. Seus olhos devoravam muito mais que sorriam. As bocas não se calavam por puro vício de expressar o impossível de ser dito. Pele. À flor da pele. Me recordo de peles que se encontravam e se entendiam através da voracidade: o encontro perfeito. Onde os corpos se enchiam de toda forma que poderia ser o amor. O silêncio não podia ser tocado, pois as vozes falavam sem pensar, o que os ouvidos desejavam escutar. Todos os sentidos se desejavam. E naquele céu, que era o meu, estrelas pareciam desabar sobre mim, porque eu era. Eu era o luar. Era a única luz capaz de iluminar aquela noite. Já que seus olhos ao invés de iluminar, devoraram o que era luz.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Fez-se mar

E como quem decide qualquer coisa sem importância, resolvi te buscar. Sem pudores. Fui sem pensar no retrocesso ou no incômodo que me causaria. Só sei que precisava ir: tudo ou nada. Trata-se de inventar a sua presença. Precisava desatar o nó na garganta, para fortalecer outros laços. Porquê? quem é que sabe...Na verdade, nem sei os danos que desejei causar em mim. Talvez, quis sentir saudades daquele tempo. Onde tudo estava em minhas mãos, e eu nem sabia. Fui te buscar nas palavras mais distantes, tão minhas, tão amadas, tão perfeitamente tatuadas em minha memória. Na memória mais viva do coração. Pois reviver é mais forte que viver. Quando decidi te reviver um mar de água e sal invadiu os meus olhos, levando tudo de mim, levando tudo que veio, mas não chegou a ser. Tudo é mar em meus olhos. Tudo é nada, desde que você se foi.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?




Eu era o seu peão, o seu bicho preferido.

Meu mundo e nada mais,

Quando eu fui ferido
Vi tudo mudar
Das verdades
Que eu sabia...

Só sobraram restos
Que eu não esqueci
Toda aquela paz
Que eu tinha...

Eu que tinha tudo
Hoje estou mudo
Estou mudado
À meia-noite, à meia luz
Pensando!
Daria tudo, por um modo
De esquecer...

Eu queria tanto
Estar no escuro do meu quarto
À meia-noite, à meia luz
Sonhando!
Daria tudo, por meu mundo
E nada mais...

Não estou bem certo
Que ainda vou sorrir
Sem um travo de amargura...

Como ser mais livre
Como ser capaz
De enxergar um novo dia...

Eu que tinha tudo
Hoje estou mudo
Estou mudado
À meia-noite, à meia luz
Pensando!
Daria tudo, por um modo
De esquecer...

Eu queria tanto
Estar no escuro do meu quarto
À meia-noite, à meia luz
Sonhando!
Daria tudo, por meu mundo
E nada mais...




Guilherme Arantes.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Deixa o acaso

Em uma dessas noites que tem mais estrelas no mundo, você apareceu. No dia em que eu te quis, mas não te esperava. Não encontro nada nessas esquinas que se compare. Nada que seja tão diferente de mim, como você. Silêncio. Não consigo emitir os seus sons, por pura incompatibilidade de tons. Por pura gritante diferença de expressões e vozes. Eu sou um, você é o dois. Você é o par e eu sou o ímpar. Eu sou o quase tudo, mas você consegue ser tudo de uma vez só. E isso me impressiona. O que me chega de uma maneira completamente estranha, é o que eu ainda não lhe disse. Não disse porque você me fez entender o que eu nem sabia. Você não me fez triste por sequer um segundo. Nessa sua pluralidade, existem coisas que eu nunca vou ser. E na sua singularidade, existem coisas que eu nunca seria cômica o suficiente para fazê-la original. Sei que você pode me fazer chorar quando quiser. Chorar de tanto rir de toda essa besteira que é a vida. A vida que sempre aconteceu ao meu redor, e que você me mostra me fazendo rir com toda a minha vontade. Você levou tudo de ruim nesse tempo que se passou, devolvendo essa coisa toda minha, pela qual se quer viver. Quis os meus delírios de volta, as minhas sedes sem fim. Tum tum tum: alguma coisa grita por dentro. Pulsa pulsa pulsa forte. Desejo outras mãos. Sinto medo. Sinto alegria. Sinto um afeto, que ainda não consigo compreender. Sinto um cheiro de salvação de corpo e alma. Minhas mãos ficaram trêmulas, você viu. Já me conhece o bastante para saber como me sinto, e o quanto me faz sentir. Me sentir importante de todas as maneiras, que nunca fui antes. Não uma importância qualquer, uma importância que me faltava para se viver de verdade. Me encontro em qualquer ângulo que você pare para ver o mundo, embora termos olhares diferentes, conseguimos enxergar todo esse mundo à nossa volta da mesma forma. Pode dizer que eu sou a flor mais bonita que apareceu no seu jardim. Tudo se aquece por dentro... Levantou-se o sol do meu coração. Que seja doce.