domingo, 30 de janeiro de 2011

Eu trocaria a eternidade por essa noite

Lembro-me de uma noite que foi a nossa. A primeira de tantas únicas. Única. Seus olhos devoravam muito mais que sorriam. As bocas não se calavam por puro vício de expressar o impossível de ser dito. Pele. À flor da pele. Me recordo de peles que se encontravam e se entendiam através da voracidade: o encontro perfeito. Onde os corpos se enchiam de toda forma que poderia ser o amor. O silêncio não podia ser tocado, pois as vozes falavam sem pensar, o que os ouvidos desejavam escutar. Todos os sentidos se desejavam. E naquele céu, que era o meu, estrelas pareciam desabar sobre mim, porque eu era. Eu era o luar. Era a única luz capaz de iluminar aquela noite. Já que seus olhos ao invés de iluminar, devoraram o que era luz.